Música do disco da 17ª Coxilha Nativista - Cruz Alta - RS - 1997. http://www.festivaisnativistas.com BATENDO ÁGUA Letra: Gujo Teixeira Música: Luiz Marenco Intérpretes: Luiz Marenco e Jari Terres Meu poncho emponcha lonjuras batendo água E as águas que eu trago nele eram pra mim. Asas de noite em meus ombros, sobrando casa... Longe "das casa" ombreada a barro e capim. Faz tempo que eu não emalo meu poncho inteiro, Nem abro as asas de noite pra um sol de abril... Faz muitos dias que eu venho bancando o tino Das quatro patas do zaino, pechando o frio! Troca um compasso de orelha a cada pisada, No mesmo tranco da várzea que se encharcou... Topa nas abas sombreras que em outros ventos "Guentaram" as chuvas de agosto que Deus mandou. Meu zaino garrou da noite o céu escuro E tudo o que a noite escuta é seu clarim. De patas batendo n'água depois da várzea... Freio e rosetas de esporas no mesmo "trim". Falta distância de pago e sobra cavalo Na mesma ronda de campo que o céu deságua, Quem tem um rumo de rancho pras quatro patas, Bota seu mundo na estrada batendo água! Porque se a estrada me cobra, pago seu preço E desabrigo o caminho pra o meu sustento. Mesmo que o mundo desabe num tempo feio... Sei o que as asas do poncho trazem por dentro.
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